Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, é uma cidade rica em história e cultura. Como em muitas metrópoles ao redor do mundo, seus pontos históricos e ruas antigas são cercados por mistérios e lendas urbanas que intrigam moradores e visitantes.
Ao longo dos anos, algumas dessas histórias se tornaram parte do imaginário popular, misturando fatos históricos com mitos e crenças locais. Neste artigo, exploramos cinco lendas assustadoras da cidade, incluindo os mistérios do Museu Júlio de Castilhos, a sombria história da Prisioneira do Castelinho e os relatos sobre a Igreja Nossa Senhora das Dores.
5 Lendas urbanas de Porto Alegre
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1. A Lenda da Rua dos Arvoredos
Uma das lendas urbanas mais macabras de Porto Alegre tem como cenário a Rua dos Arvoredos, localizada no Centro Histórico da cidade. A história remonta ao século XIX e envolve uma série de crimes supostamente cometidos por José Ramos, sua esposa húngara Catarina Palsen e o açougueiro alemão Carlos Klaussner.
Segundo a lenda, o trio atraía vítimas para sua residência, onde eram roubadas, assassinadas e esquartejadas. A parte mais chocante da história afirma que a carne dessas pessoas era utilizada na fabricação de linguiças, vendidas no açougue de Klaussner sem que os clientes soubessem a verdadeira origem do produto.
Os crimes teriam ocorrido entre 1863 e 1864, e as vítimas escolhidas eram, em sua maioria, imigrantes alemães, já que Catarina não dominava o português. Para encobrir os rastros dos assassinatos, os ossos teriam sido dissolvidos em ácido ou queimados. Embora o número exato de vítimas seja incerto, estima-se que pelo menos seis pessoas tenham sido assassinadas.
Mesmo sem provas definitivas que confirmem essa versão dos fatos, a lenda da Rua dos Arvoredos persiste no imaginário popular porto-alegrense, sendo contada e recontada ao longo das gerações como um dos casos mais sinistros da cidade.
2. Maria Degolada: A Santa Popular
A história de Maria Francelina Trenes, conhecida como Maria Degolada, é uma das lendas urbanas mais marcantes de Porto Alegre. A jovem foi brutalmente assassinada em 12 de novembro de 1899, quando seu companheiro, um soldado da Brigada Militar, teve um acesso de ciúmes e a degolou aos pés de uma figueira no Morro da Conceição.
Após sua morte, Maria passou a ser vista por muitos como uma santa popular. Moradores da região começaram a relatar graças alcançadas após fazerem pedidos a ela, o que levou à construção de uma gruta em sua homenagem no local do crime. Com o tempo, fiéis passaram a depositar flores e a fixar placas de agradecimento, transformando o espaço em um ponto de peregrinação.
Apesar de ter sido vítima de um feminicídio, Maria Degolada foi por muito tempo estigmatizada por boatos que a associavam à prostituição. No entanto, sua história ganhou um novo significado, tornando-se um símbolo de devoção popular e um reflexo da luta contra a violência de gênero. Hoje, a capela construída em sua homenagem recebe visitantes que acreditam em seu poder de intercessão e que mantêm viva sua memória na cultura porto-alegrense.
3. O Museu Júlio de Castilhos e Seus Fantasmas
O Museu Júlio de Castilhos, localizado no centro de Porto Alegre, é o mais antigo do Rio Grande do Sul e um dos locais mais assombrados da cidade, segundo relatos populares. Instalado em um casarão histórico, o museu foi residência do ex-governador Júlio de Castilhos, que faleceu ali em 1903, após uma cirurgia mal-sucedida para tratar um câncer na garganta. Poucos anos depois, sua esposa, Honorina, inconsolável com a perda do marido, tirou a própria vida no mesmo local.
Desde então, visitantes e funcionários relatam fenômenos inexplicáveis. Entre os relatos mais comuns estão ruídos estranhos, objetos que se movem sozinhos e a sensação de presenças invisíveis nos corredores e salas do museu. Algumas testemunhas afirmam ter visto a figura de uma mulher vagando pelos ambientes, acreditando ser o espírito de Honorina.
A fama de assombrado do museu cresceu nas últimas décadas, e algumas histórias se tornaram especialmente conhecidas. Um caso curioso envolve um vigilante noturno que, após passar uma noite no local, pediu demissão alegando ter visto vultos e ouvido sussurros.
Com sua rica coleção de artefatos históricos e um passado marcado por tragédias, o Museu Júlio de Castilhos continua a fascinar pesquisadores, turistas e amantes do sobrenatural, sendo um dos pontos mais misteriosos de Porto Alegre.
4. Lenda urbana da prisioneira do castelinho
O Castelinho do Alto da Bronze, localizado no centro de Porto Alegre, é um dos prédios mais enigmáticos da cidade e carrega uma lenda sombria que intriga moradores e visitantes. Segundo a história, uma jovem teria sido mantida em cativeiro dentro da residência, vivendo anos de sofrimento e solidão.
Acredita-se que a prisioneira era filha do proprietário da casa, um homem rígido e de postura autoritária. Dizem que, ao descobrir que a moça havia se apaixonado por alguém considerado inadequado para sua posição social, ele a trancou em um dos cômodos superiores do castelinho para impedir o relacionamento. Sem contato com o mundo exterior, a jovem teria definhado lentamente, até falecer em total isolamento.
Moradores da região e visitantes relatam que, até hoje, ruídos misteriosos são ouvidos no prédio, como gemidos e choros abafados, especialmente à noite. Alguns dizem ter visto uma figura feminina espiando pelas janelas do andar superior, como se ainda buscasse ajuda ou liberdade.
Com o passar dos anos, a história da Prisioneira do Castelinho tornou-se uma das lendas urbanas mais conhecidas de Porto Alegre, reforçando o mistério que envolve o imponente casarão.
5. Lenda urbana da Igreja Nossa Senhora das Dores
A Igreja Nossa Senhora das Dores, a mais antiga de Porto Alegre, é um dos cartões-postais da cidade, mas também carrega uma lenda sombria que intriga fiéis e visitantes. A história fala sobre uma figura misteriosa que, supostamente, assombra o local desde sua construção.
Segundo a lenda, um operário que trabalhava na edificação da igreja teria sofrido um trágico acidente, caindo de uma das torres e morrendo no local. Relatos dizem que, desde então, sua alma vaga pelo interior do templo, sendo vista especialmente à noite, quando sombras inexplicáveis surgem entre os bancos e passos ecoam pelos corredores vazios.
Outra versão da lenda sugere que uma antiga freira, conhecida por sua rígida disciplina, teria falecido na igreja e nunca deixado o local. Algumas pessoas afirmam ter visto sua silhueta de hábito escuro próximo ao altar ou sentido um frio intenso ao caminhar pelas escadarias do templo.
Independentemente da versão, a lenda da Igreja Nossa Senhora das Dores continua despertando a curiosidade de quem visita o local, reforçando o ar de mistério que envolve sua imponente estrutura histórica.
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