A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira (30) que a bandeira tarifária vermelha patamar 2 será aplicada em setembro de 2024. Esta é a primeira vez em mais de três anos que essa bandeira é acionada, resultando em um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A principal justificativa é a expectativa de afluência nos reservatórios das hidrelétricas, que está cerca de 50% abaixo da média.
Causas do aumento na conta de luz
O aumento nos custos de geração de energia elétrica é atribuído à escassez de chuvas e às temperaturas acima da média histórica em todo o país, o que faz com que as usinas termelétricas, mais caras que as hidrelétricas, sejam acionadas com maior frequência. O Custo Marginal da Operação (CMO) projetado para a primeira semana de setembro é de R$ 277,76 por megawatt-hora (MWh), representando um aumento de quase 200% em relação à semana anterior.
O cenário atual lembra a crise hídrica de 2021, quando a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada pela última vez. O Ministério de Minas e Energia estuda medidas para enfrentar a situação, incluindo o possível acionamento de uma usina termelétrica conforme previsto em contrato de 2021 com a Âmbar Energia. No entanto, essa ação depende de uma análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
Sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
Implementado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos da geração de energia no país e visa atenuar os impactos financeiros sobre as distribuidoras de energia. Em julho, foi acionada a bandeira amarela, e em agosto, a bandeira verde, que não envolve cobranças adicionais. A mudança para a bandeira vermelha em setembro foi acionada devido ao risco hidrológico (GSF) e ao aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD).
A Aneel destacou a importância do uso consciente da energia elétrica neste período, incentivando os consumidores a evitar desperdícios para minimizar os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade do setor elétrico.
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