Boate Kiss: Demolição marca início de construção de memorial

A demolição da Boate Kiss e a construção do memorial são um passo na busca por justiça, memória e cura para as vítimas e seus familiares. 

Após 11 anos e seis meses da tragédia que vitimou 242 pessoas, a demolição do prédio da Boate Kiss, em Santa Maria, teve início na manhã desta quarta-feira (10). Em um evento marcado por emoção e simbolismo, familiares,autoridades e membros da comunidade se reuniram para presenciar o início da construção de um memorial em homenagem às vítimas do incêndio de 27 de janeiro de 2013.

A cerimônia de demolição, realizada sob chuva e temperatura de 6°C, contou com a leitura de uma carta comovente escrita em nome da Boate Kiss, pedindo perdão e reconhecendo a dor das vítimas e seus familiares. Em seguida, arquitetos, engenheiros, autoridades e representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria discursaram, ressaltando a importância da construção do memorial como um símbolo de memória, justiça e transformação.

O ponto alto da cerimônia foi o momento em que familiares das 242 vítimas soltaram balões brancos, cada um representando uma vida perdida. A demolição em si teve início por volta das 10h20, com a retirada do letreiro da boate.As obras, com previsão de duração de oito meses, serão realizadas pela Incorporadora Farroupilha e custarão R$ 4,8 milhões.

No local do antigo prédio da Boate Kiss, será erguido um memorial com três salas: um auditório com capacidade para 142 pessoas, uma sala multiuso e uma sala que servirá como sede da associação de vítimas. Ao centro do memorial haverá um jardim circular com 242 pilares de madeira, cada um com o nome de uma vítima e um suporte para flores.

O processo judicial contra os quatro réus acusados pelas mortes ainda está em curso. Em dezembro de 2021, eles foram condenados por homicídio simples com dolo eventual, mas o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o julgamento em agosto de 2022, alegando irregularidades. A anulação foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em setembro de 2023. Atualmente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede ao Supremo Tribunal Federal o restabelecimento da condenação dos réus.

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Magdalena Schneider

Magdalena Schneider

Bacharel em Psicologia pela Faculdade IENH; especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Universidade Estácio de Sá.
Natural de Dois Irmãos / RS, sempre quis morar em Porto Alegre, e em 2020 realizou esse desejo. Há três anos vem desbravando a capital gaúcha e compartilhando aqui suas experiências.

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