Após uma vistoria realizada neste domingo (19) na loja da Cobasi, localizada no subsolo do Shopping Praia de Belas, a delegada titular da Delegacia do Meio Ambiente, Samieh Saleh, confirmou que não foram encontrados animais vivos no estabelecimento. A inspeção foi limitada a um mezanino mais alto da loja devido às condições inseguras do subsolo, onde a água turva e o teto danificado impediram o acesso.
A operação, conduzida pela Polícia Civil e acompanhada por representantes do Corpo de Bombeiros e da ONG Princípio Animal, teve como objetivo verificar a situação dos animais após as enchentes que afetaram a região. “A princípio, não há nenhum animal vivo mais. Não conseguimos verificar nenhum indício. Conseguimos identificar algumas gaiolas vazias, mas também não temos como saber se tinha animais ali”, relatou a delegada Samieh Saleh.
Cícera Fátima Silva, advogada da ONG, expressou frustração com a situação: “Infelizmente, a gente não conseguiu, nessa oportunidade, resgatar nenhum animal. Se as aves, roedores e peixes tivessem sido levados para o mezanino, poderiam estar vivos ainda, pois o espaço está seco.”
Contexto e Antecedentes
A loja Cobasi foi evacuada emergencialmente em 3 de maio, seguindo orientações das autoridades devido ao risco de alagamento severo, conforme comunicado pelo Shopping Praia de Belas. A rede de pet shops havia garantido o necessário para a sobrevivência temporária dos animais, mas as condições extremas impediram o retorno seguro dos funcionários para resgate.
Em nota emitida na sexta-feira (17), a Cobasi lamentou a perda dos animais, explicando que as tentativas de acesso à loja foram infrutíferas devido ao nível da água. “A tragédia foi sem precedentes e, apesar das tentativas constantes da empresa nos últimos dias, não foi possível o acesso seguro à loja devido ao nível da água”, declarou a Cobasi.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu uma investigação para apurar possíveis responsabilidades pela morte dos animais. Segundo a delegada Samieh, todos os envolvidos, incluindo responsáveis pela loja e pelo shopping, serão ouvidos. “Vamos tentar identificar alguma responsabilidade, qual foi a ordem dada tanto pelo shopping quanto pelo responsável pela loja, e tentar entender o que aconteceu, se alguém tem responsabilidade, quem tem.”
A legislação prevê penas mais severas para casos de maus-tratos envolvendo gatos e cachorros, com reclusão de dois a cinco anos. Para outros animais, a pena varia de três meses a um ano de reclusão, sem previsão de flagrante.
Nota da Cobasi Praia de Belas na Íntegra
A Cobasi afirmou que continuará colaborando com ONGs de proteção animal para salvar vidas e lamentou profundamente as perdas. Enquanto isso, a comunidade aguarda os resultados da investigação, que buscará esclarecer as circunstâncias que levaram à morte dos animais e responsabilizar os culpados.
“A loja Cobasi Praia de Belas teve de ser deixada de forma emergencial, seguindo as orientações das autoridades locais. Foi garantido que os animais estivessem seguros e com o necessário para a sobrevivência até o retorno dos colaboradores que considerávamos ser breve. Mas a tragédia foi sem precedentes e, apesar das tentativas constantes da empresa nos últimos dias, não foi possível o acesso seguro à loja devido ao nível da água. É com pesar que a Cobasi comunica a perda das vidas dos animais que estavam no local. A empresa seguirá atuando com as ONGs de proteção animal, da região e de todo o país, para salvar as vidas que pudermos, enquanto lamentamos aquelas que não pudemos salvar.”
A tragédia na loja Cobasi do Shopping Praia de Belas é um lembrete doloroso das consequências das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. As autoridades seguem trabalhando para esclarecer os fatos e prevenir futuros desastres, enquanto a comunidade local e as ONGs se mobilizam para oferecer suporte e resgatar os animais ainda em risco.
Gostou da matéria? Siga a gente no Facebook, Instagram e Twitter, e fique por dentro das notícias de porto Alegre.