O trágico caso de envenenamento em Torres, que resultou na morte de três pessoas na véspera de Natal, revelou uma teia de desentendimentos familiares que perdurava há mais de 20 anos. A principal suspeita, Deise Moura dos Anjos, está sendo investigada por envenenar um bolo consumido por familiares, o que trouxe à tona conflitos antigos com sua sogra, Zeli dos Anjos.
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O estopim: Saque não autorizado em 2004
Segundo a investigação da Polícia Civil, as brigas entre Deise e Zeli começaram em agosto de 2004, quando a sogra teria realizado um saque de R$ 600 de uma conta conjunta de Deise e seu marido, sem permissão. Embora o valor tenha sido devolvido no dia seguinte, Deise afirmou que a relação entre elas nunca mais foi a mesma.
Esse episódio foi descrito como o início de uma série de atritos que culminaram no trágico evento de dezembro de 2024. Deise relatou que, após o incidente bancário, passou a se referir à sogra de forma pejorativa, chamando-a de “naja”.
Além dos problemas financeiros, a relação conturbada se estendeu ao casamento de Deise. Ela afirmou em boletim de ocorrência que Zeli teria sido uma influência negativa em sua vida conjugal, contribuindo para os desentendimentos com o marido. Em novembro de 2024, Deise chegou a registrar uma queixa contra o companheiro, mencionando as interferências da sogra.
Morte do sogro e o envenenamento em Torres
Em agosto de 2024, Deise e o marido tentaram uma reconciliação familiar, visitando Zeli e Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, em Arroio do Sal. Após consumirem alimentos levados pelo casal, Paulo e Zeli passaram mal. Paulo morreu dias depois, com sintomas que, na época, foram atribuídos a uma possível contaminação das bananas levadas por Deise.
Agora, com a descoberta de arsênio nas vítimas do bolo de Natal, a polícia acredita que Paulo também pode ter sido envenenado. O corpo do sogro será exumado para análise.
Investigação em andamento
O caso permanece sob investigação, e a Polícia Civil está reunindo provas para entender a extensão do crime. A possibilidade de envenenamento premeditado em mais de uma ocasião reforça a gravidade do episódio, levantando questões sobre o impacto de desavenças familiares não resolvidas.
Esse caso serve como um lembrete sombrio de como pequenos atritos podem evoluir para situações extremas quando não tratados de forma adequada.
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