Escolas em Abrigos: Educação e Esperança em Tempos Difíceis em Porto Alegre

Ação da Seduc garante aulas e apoio psicossocial para alunos desabrigados pelas enchentes na capital gaúcha.

Desde o dia 26 de junho, a Secretaria da Educação (Seduc) de Porto Alegre tem trabalhado para manter as atividades das escolas para uma das comunidades mais afetadas pelas enchentes. No abrigo Sesi Rubem Berta, na Zona Norte da capital, uma iniciativa transformou um espaço em sala de aula, onde alunos desabrigados e desalojados são acolhidos de segunda a sexta-feira.

O atendimento presencial é complementado pelas atividades remotas, garantindo que nenhum estudante seja deixado para trás. Professores dedicados visitam o abrigo no período da tarde para auxiliar os alunos, esclarecer dúvidas e oferecer apoio nas tarefas educativas. Essa abordagem não apenas mantém o vínculo afetivo e pedagógico, mas também promove um ambiente de aprendizado seguro e acolhedor.

A maioria dos alunos atendidos reside no bairro Arquipélago, composto pelas ilhas de Porto Alegre. Com quatro escolas da Rede Estadual na região, que atendem a 1.165 alunos do Ensino Fundamental e Médio, muitos estudantes tiveram que evacuar suas casas durante as enchentes, enfrentando uma situação de extrema adversidade.

Mobilização e suporte educacional

Durante a crise meteorológica, os professores das escolas locais mantiveram um contato constante com suas turmas através de grupos de WhatsApp e outras ferramentas digitais. Planilhas foram criadas para monitorar a localização e situação de cada aluno, que precisaram se dispersar por vários abrigos e até mesmo outras cidades.

Para muitos alunos, a escola representa mais do que apenas um local de aprendizado; é um espaço de encontro, alegria e normalidade em meio ao caos. A saudade da escola é evidente entre as crianças e jovens que encontraram refúgio nos abrigos, destacando a importância crucial desse ambiente na formação e bem-estar dos estudantes.

Retorno à rotina e recuperação psicológica nas escolas

Para professores como Carla dos Anjos da Escola Alvarenga, a presença na vida dos alunos significa muito mais do que ensinar conteúdos acadêmicos. É um retorno à rotina diária, essencial para a aprendizagem e recuperação psicológica das crianças e adolescentes afetados pelas enchentes. A normalidade proporcionada pela escola ajuda os alunos a se organizarem, retomarem o ritmo de estudos e recuperarem a autoconfiança.

Evelin Chaves de Oliveira, mãe de um dos alunos beneficiados, testemunha o impacto positivo da volta às aulas na vida de seu filho. A sensação de aprender, interagir com os colegas e retomar os trabalhos escolares trouxe uma nova esperança e entusiasmo para o jovem, destacando como a educação continua a ser um pilar fundamental mesmo em tempos difíceis.

A iniciativa da Seduc em parceria com as escolas locais e abrigos demonstra não apenas um compromisso com a educação, mas também um exemplo de solidariedade e resiliência diante das adversidades. Enquanto Porto Alegre se recupera das enchentes, a continuidade das atividades escolares não apenas apoia a reconstrução física, mas também emocional das comunidades afetadas, oferecendo um caminho para um futuro melhor e mais esperançoso para todos.

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Magdalena Schneider

Magdalena Schneider

Bacharel em Psicologia pela Faculdade IENH; especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Universidade Estácio de Sá.
Natural de Dois Irmãos / RS, sempre quis morar em Porto Alegre, e em 2020 realizou esse desejo. Há três anos vem desbravando a capital gaúcha e compartilhando aqui suas experiências.

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