Após um período de dois anos sem ajustes, a tarifa do transporte intermunicipal comum na região metropolitana de Porto Alegre, gerenciada pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), terá um aumento de 6%. A alteração entrará em vigor a partir de 1º de agosto, segundo anúncio realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur).
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Ajustes e subsidiações da Metroplan: uma visão retrospectiva
Em 2021, o último reajuste havia sido realizado, o que significa que já são 24 meses sem reposição da tarifa. A política tarifária, regulada pela Agergs [Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul], estipula uma revisão a cada quatro anos para repor as perdas desse período. Devido a esta política, em 2022, ocorreu um reajuste de 20,74%, principalmente devido ao aumento do diesel, de acordo com Francisco Hörbe, superintendente da Metroplan.
Entretanto, tal reajuste foi subsidiado pelo governo do Estado e pelo governo federal, totalizando um aporte de mais de R$ 80 milhões. Com isso, o impacto do aumento não foi repassado para o usuário, um esforço notável para minimizar os possíveis transtornos aos passageiros do sistema de transporte metropolitano.
Calculando o impacto: o reajuste de 2023
Após novos cálculos, baseados em uma metodologia da Agergs, o reajuste para este ano seria de 24,09%, já considerando a tarifa atual e o reajuste não repassado ao usuário, mais 2,77% referentes ao reajuste devido em 2023. Contudo, o Estado repassará apenas 6% deste total ao usuário, mantendo o esforço para minimizar o impacto.
Em relação aos outros 18,09%, estudos e alternativas ainda estão sendo elaborados para uma definição a partir de janeiro de 2024. O governo do Estado mantém a perspectiva de reduzir a repercussão na tarifa para o usuário.
Novos valores da Metroplan e alternativas para minimizar impactos
Para cerca de 40% dos usuários, cuja tarifa atual é de R$ 5,60, o valor passará para R$ 5,95, um aumento de R$ 0,35 centavos. Já as tarifas das modalidades direto, semidireto, executivo e seletivo sofrerão o reajuste integral de 24,09%, um contraste com o período da pandemia, em que estes modelos também foram subsidiados.
O titular da Sedur, Rafael Mallmann, informou sobre a criação de um grupo de trabalho para focar na questão do transporte. Dentre os eixos estão a integração do sistema metropolitano com o municipal, melhoraria da qualidade do transporte metropolitano, bilhetagem única para todo o sistema e a regularização do sistema metropolitano através de licitação. O objetivo é construir uma política pública de subsídio junto às prefeituras para oferecer à população um transporte de qualidade, porém de baixo custo.
O reajuste de 6% na tarifa do transporte intermunicipal comum da região metropolitana de Porto Alegre é uma medida necessária, contudo o governo do Estado demonstra esforços para minimizar o impacto ao usuário. As estratégias para melhorar e tornar o transporte mais acessível também demonstram a preocupação em assegurar um serviço de qualidade e baixo custo para a população. Assim, embora o aumento seja um desafio, as ações tomadas visam garantir o melhor equilíbrio entre custo e qualidade.
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