Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, é uma cidade repleta de história, cultura e beleza arquitetônica. Seus monumentos são testemunhas do passado e símbolos que enaltecem a identidade do povo gaúcho. Conhecer os mais belos monumentos de Porto Alegre é uma experiência enriquecedora para moradores e turistas. Confira cinco monumentos imperdíveis na cidade.
Os 5 mais belos monumentos de Porto Alegre
Monumento aos Açorianos
O Monumento aos Açorianos é uma importante homenagem à chegada dos primeiros sessenta casais açorianos a Porto Alegre, em 1752, que contribuíram para o povoamento e formação da cidade. Inaugurado em 26 de março de 1974, no aniversário da cidade, o monumento possui 17 metros de altura e 24 metros de comprimento.
Localizado no Largo dos Açorianos, um espaço histórico que também abriga a Ponte de Pedra, o monumento foi projetado pelo escultor Carlos Tenius e construído em 1973, utilizando aço. Sua forma futurista remete a uma caravela, com corpos humanos entrelaçados, sendo que à frente se destaca uma figura alada, reminiscentes de Ícaro, representando a Vitória. A obra carrega uma inscrição que diz: “Jamais sonhariam aqueles casais açorianos, que da semente que lançavam ao solo nasceria o esplendor desta cidade.”
A praça onde o monumento está situado, chamada Praça dos Açores, foi originalmente construída como parte do aterro do Lago Guaíba. A região também é famosa pela histórica Ponte de Pedra, um marco importante da história do Brasil.
Em 2013, o monumento foi cercado por um muro para protegê-lo do vandalismo. Em 2016, a primeira fase de sua restauração foi iniciada, visando revitalizar tanto a escultura quanto a praça ao redor. O trabalho foi concluído em 2019, com a criação de um espelho d’água de dois níveis ligados por uma pequena cachoeira, além de um novo sistema de iluminação.
Em 2019, a Prefeitura de Porto Alegre lançou um edital para a adoção do monumento, sendo que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) assumiu a responsabilidade, renovando a adoção em 2020 por mais um ano. O monumento é, hoje, um símbolo da história e da cultura da cidade, bem como um ponto turístico de grande relevância.
Monumento Laçador
A Estátua do Laçador, também conhecida como Monumento ao Laçador, é um importante símbolo de Porto Alegre e da cultura gaúcha. Criada pelo escultor Antônio Caringi, a obra foi inaugurada em 1958 e representa um gaúcho pilchado, figura emblemática do Rio Grande do Sul. A estátua foi reconhecida oficialmente como o Símbolo Oficial de Porto Alegre em 1992 e, em 2001, foi tombada como patrimônio histórico da cidade.
Originalmente situada no Largo do Bombeiro, na zona norte da cidade, a estátua foi transferida em 2007 para o Sítio do Laçador, devido à construção do viaduto Leonel Brizola. O novo local, em frente ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, oferece uma vista ampla e é um ponto de destaque na cidade.
A obra, feita de bronze, tem 4,45 metros de altura e pesa 3,8 toneladas, com um pedestal de granito trapezoidal de 2,10 metros de altura. Para criar a estátua, Caringi contou com a colaboração de Paixão Côrtes, um folclorista gaúcho, que posou para o artista usando indumentária tradicional da cultura campeira sul-rio-grandense.
A história da estátua remonta a 1954, quando Caringi venceu um concurso para criar uma escultura que representasse o Rio Grande do Sul na Exposição do IV Centenário de São Paulo. O projeto vencedor, que inicialmente foi esculpido em gesso, foi transformado em bronze e instalado em Porto Alegre, após uma forte demanda popular.
Em 2016, a estátua passou por um processo de restauro devido ao desgaste causado pelo tempo. A obra foi restaurada com o apoio da Prefeitura e de várias instituições, e foi reinaugurada em 2022, após o trabalho de recuperação.
Atualmente, a Estátua do Laçador é um marco turístico e cultural, visitado por turistas e moradores, além de ser palco de diversos eventos e manifestações em Porto Alegre.
Monumento ao Expedicionário
O Monumento ao Expedicionário, localizado no Parque Farroupilha, também conhecido como Redenção, em Porto Alegre, é uma homenagem aos soldados brasileiros da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que combateram na Segunda Guerra Mundial. Inaugurado em 1957, o monumento foi idealizado pelo escultor Antônio Caringi, com a colaboração do arquiteto Luiz Carlos de Nascimento e Silva, e segue o estilo neoclássico, caracterizado por linhas simétricas e proporções monumentais.
A peça central do monumento é uma estrutura de granito que sustenta uma estátua de bronze, simbolizando a bravura e o sacrifício dos expedicionários. Com 17 metros de altura, a obra é um importante ponto turístico e cultural de Porto Alegre, além de ser um marco histórico, lembrando a participação brasileira no cenário global. A obra é frequentemente palco de cerimônias cívicas e militares, especialmente no Dia do Expedicionário e no Dia da Vitória, e também atrai artistas de rua durante os finais de semana, quando ocorre o brique de rua na região.
O monumento é composto por um arco duplo de granito, adornado com esculturas em bronze. Na face frontal, voltada para a rua José Bonifácio, encontra-se um grande arco com relevo de soldados representando diferentes forças armadas, como infantaria, artilharia e cavalaria, e um brasão da FEB, simbolizando a unidade e o sacrifício da tropa. Na face posterior, voltada para o Parque Farroupilha, há a estátua de bronze “Vitória Alada”, uma alegoria à coragem e à vitória dos soldados. Além disso, na lateral direita, um baixo-relevo retrata pracinhas fazendo o sinal de “V” de vitória, enquanto na lateral esquerda eles marcham acompanhados de símbolos bélicos, representando o progresso.
O monumento também abriga um túmulo simbólico com duas placas de bronze, uma em homenagem aos 18 combatentes gaúchos que faleceram na campanha da Itália durante a guerra, e outra com os nomes dos marinheiros da Marinha Mercante gaúchos que morreram em afundamentos de navios. Uma terceira placa recorda as batalhas e datas em que a FEB participou durante o conflito.
Monumento à Literatura Brasileira
O Monumento à Literatura Brasileira, também conhecido como Monumento a Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana, é uma obra de arte pública localizada na Praça da Alfândega, no centro histórico de Porto Alegre. A escultura, composta por três peças de bronze, inclui um banco e duas figuras humanas em tamanho real: uma representando o poeta Carlos Drummond de Andrade, em pé, e outra representando Mário Quintana, sentado. A obra está próxima de importantes instituições culturais da cidade, como a Casa de Cultura Mário Quintana e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).
Idealizado pelo escultor Xico Stockinger, em co-autoria com Eloisa Tregnago, o monumento foi concebido após a modelagem das figuras em barro no ateliê de Stockinger. As formas foram, então, fundidas em São Paulo. O projeto foi uma encomenda da Câmara Riograndense do Livro, para a 47ª Feira do Livro de Porto Alegre, e foi inaugurado no dia 26 de outubro de 2001. O monumento simboliza um encontro fictício entre os dois poetas, que, embora tenham vivido na mesma época, são representados conversando e discutindo suas obras na praça. Essa cena retratada pelas estátuas traz um toque de realismo, uma vez que o monumento está a apenas um quarteirão da Casa de Cultura Mário Quintana, sugerindo que tal encontro possa ter ocorrido de fato.
Em 2012, a estátua de Carlos Drummond de Andrade foi removida para reparos em sua estrutura, retornando ao local uma semana depois. A obra sofreu vandalismo ao longo dos anos, sendo o mais significativo o furto, em 2015, do livro segurado pela estátua de Drummond. Além disso, em julho de 2022, a escultura foi vandalizada com tinta amarela, mas a mancha foi removida no dia seguinte.
Monumento Heróis Voluntários
O monumento “Heróis Voluntários” foi criado para homenagear os voluntários que se dedicaram ao auxílio das vítimas durante as enchentes de maio de 2024. Localizado na orla do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro e em frente à “Árvore da Vida”, o local foi escolhido simbolicamente, pois foi um dos principais pontos de desembarque das vítimas resgatadas das regiões das Ilhas, Guaíba e Eldorado do Sul. O monumento serve como um tributo permanente aos heróis anônimos, refletindo a solidariedade e o espírito comunitário da população de Porto Alegre.
A obra foi criada pelo artista plástico Ricardo Cardoso, com colaboração da Merigo Estruturas Metálicas. A escultura possui 6 metros de comprimento, 2 metros de largura e 4,5 metros de altura, pesando 3,5 toneladas. Ela retrata um barco com a inscrição “Fraternidade”, no qual estão representados socorristas com cães e crianças. O barco é sustentado por outros voluntários na parte inferior, simbolizando o resgate de pessoas e animais durante a enchente.
A inauguração do monumento contou com a presença de autoridades e voluntários que participaram ativamente dos resgates. O prefeito Sebastião Melo ressaltou a importância do trabalho voluntário, destacando que “sem voluntariado, não há vida boa”.
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