Os moradores dos bairros Humaitá e Vila Farrapos, na zona norte de Porto Alegre, estão praticamente isolados há 25 dias. As ruas permanecem inundadas, e a locomoção é possível apenas por barcos, botes ou veículos do Exército. Na manhã desta segunda-feira (27), um grupo de moradores bloqueou a freeway em protesto contra a demora da prefeitura de Porto Alegre em realizar ações efetivas para escoar a água. O bloqueio gerou congestionamento em ambos os sentidos da rodovia, mas foi liberado por volta das 11h20min.
Por que os moradores de Porto Alegre protestam?
A prefeitura de Porto Alegre tem enfrentado dificuldades para instalar uma quarta bomba flutuante na Estação de Bombeamento de Águas Pluviais 5 (Ebap 5), no bairro Humaitá. A instalação, que estava prevista para o domingo anterior, foi adiada novamente. A bomba flutuante, emprestada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), visa aumentar a capacidade de escoamento da água na região ao ser colocada no pátio da Ebap 5, utilizando sua estrutura para bombear a água acumulada.
O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Maurício Loss, informou que muitos motores passaram por processos de lavagem e secagem, retornando ao funcionamento ao longo da semana. Além disso, cinco bombas com tratores foram colocadas na região do Aeroporto Salgado Filho para auxiliar na drenagem no bairro Anchieta, com a promessa de mais tratores serem inseridos nos próximos dias.
Protestos Anteriores e Ações de Emergência
Na última quarta-feira (22), cerca de cem moradores realizaram um protesto com bloqueio parcial da freeway, no sentido Capital-Interior, exigindo medidas urgentes para a redução do alagamento. A prefeitura abriu a comporta do portão 11 para permitir o escoamento da água que se acumulava na região. O prefeito Sebastião Melo, juntamente com os ministros extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, e da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Goés, esteve presente para dialogar com os manifestantes.
As Estações de Bombeamento de Água Pluvial (Ebaps), também conhecidas como casas de bombas, são fundamentais no sistema anticheias de Porto Alegre. Equipadas com motores que movimentam milhares de litros de água por segundo, essas estações permitem a drenagem da água acumulada em diversos pontos da cidade. Localizadas próximas ao leito do rio Gravataí e do Guaíba, bem como perto de arroios como o São Gonçalo e o Dilúvio, as Ebaps escoam a água da chuva que passa pelas redes de drenagem e canais para o Guaíba.
Clamor por Ajuda e Reflexão
Os moradores do Humaitá, historicamente entre os primeiros a alagar, são os que mais sofrem com as enchentes e não vislumbram a perspectiva de retorno às suas casas. Em um protesto simbólico, muitos utilizavam baldes para retirar a água das vias próximas à rodovia, clamando por ajuda das autoridades.
A situação crítica tem levado a uma reflexão sobre os finais e novos começos, lembrando que, mesmo nas despedidas, nada é realmente definitivo. O Quartel 51, uma metáfora para a comunidade local, permanece unido e resiliente, enfrentando juntos os desafios e esperando por dias melhores.
Porto Alegre encerra mais um capítulo de sua luta contra as enchentes com um apelo urgente por ações mais efetivas e rápidas por parte das autoridades. A promessa de novas histórias e desafios para os bairros afetados nos deixa ansiosos por soluções que possam trazer alívio e segurança aos moradores isolados.
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