O Rio Grande do Sul está fervendo, e não é só uma sensação térmica exagerada. O estado enfrenta mais uma onda de calor intensa, com temperaturas bem acima da média e risco real para a saúde da população. Mas afinal, por que isso está acontecendo? Será que o calor extremo veio para ficar? Vamos entender as causas desse fenômeno e o que esperar para o futuro.
Onda de calor: o que está acontecendo no RS?
Se você achou que este verão está mais quente do que o normal, está certo! O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de grande perigo para quase todo o estado devido às temperaturas extremamente altas, que devem permanecer por pelo menos cinco dias consecutivos. O critério para definir uma onda de calor é justamente esse: temperaturas pelo menos 5ºC acima da média durante vários dias seguidos.
A cidade de Quaraí, na Fronteira Oeste, já bateu impressionantes 43,8°C, o maior registro de temperatura no RS desde o início das medições em 1910. Outras cidades também enfrentam calor extremo, como São Gabriel (39,9°C), Santiago (39,9°C), Alegrete (39,7°C) e Uruguaiana (39,5°C). Já na capital, Porto Alegre, os termômetros chegaram a 37,3°C.
Mas esse calorão não é um evento isolado. Esta já é a segunda onda de calor de 2025, e especialistas alertam que fenômenos como este serão cada vez mais frequentes.
O que está causando esse calor absurdo?
A resposta para essa onda de calor não está apenas no verão. Claro, essa é a época mais quente do ano, mas há outros fatores que estão impulsionando temperaturas recordes.
1. Massa de ar quente
O calor extremo no RS tem sido impulsionado por uma massa de ar quente vinda da Argentina, que estacionou sobre o estado e impede a entrada de frentes frias. Isso faz com que o ar se aqueça cada vez mais, aumentando as temperaturas diurnas e mantendo as noites abafadas.
2. Mudanças climáticas e aquecimento global
Os climatologistas alertam que o RS está seguindo uma tendência global de aumento das temperaturas. Nos últimos anos, os verões têm ficado mais quentes e extremos. Estudos mostram que o planeta já está cerca de 1,5°C mais quente do que na era pré-industrial, e isso afeta diretamente as ondas de calor.
3. Impacto humano no clima
A emissão de gases de efeito estufa, o desmatamento e a urbanização descontrolada estão agravando a situação. A diminuição da vegetação, principalmente nas áreas urbanas, contribui para o efeito “ilha de calor”, onde as cidades ficam ainda mais quentes do que as áreas rurais.
4. Fenômenos climáticos naturais
Eventos como El Niño e La Niña também têm papel importante no clima do RS. O El Niño, que esteve presente em 2023 e parte de 2024, trouxe chuvas intensas e elevou as temperaturas. Já o La Niña, que pode surgir nos próximos anos, tende a tornar o clima mais seco, mas não necessariamente menos quente.
O calor não dá trégua nem à noite
Se você está sentindo que nem as madrugadas trazem alívio, não é impressão sua. Estudos apontam que o calor noturno é ainda mais perigoso, pois impede que o corpo humano se recupere das altas temperaturas do dia. Em algumas cidades do RS, a mínima pode ficar perto de 30°C durante a madrugada, um cenário alarmante para a saúde da população, principalmente para idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
Como se proteger do calor extremo?
Com temperaturas tão altas, é fundamental adotar algumas medidas para evitar problemas de saúde:
- Hidrate-se! Beba muita água ao longo do dia.
- Use roupas leves e claras para ajudar na transpiração.
- Evite exposição ao sol entre 10h e 16h, período de maior radiação.
- Sempre que possível, fique em locais ventilados e com sombra.
- Evite esforço físico intenso durante os horários mais quentes.
- Utilize protetor solar e acessórios como bonés e óculos escuros.
- Se sentir sintomas como tontura, fraqueza, dor de cabeça ou náuseas, procure atendimento médico imediatamente.
O que esperar para o futuro?
Se você achava que as ondas de calor eram fenômenos raros, prepare-se: elas devem se tornar cada vez mais comuns e intensas no Rio Grande do Sul. A tendência é que os verões continuem registrando temperaturas recordes, afetando diretamente o dia a dia da população.
Os especialistas alertam que eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas intensas e tempestades severas, também devem aumentar nos próximos anos. O planejamento urbano e agrícola precisará se adaptar para lidar com esse novo cenário.
A boa notícia? Ainda dá tempo de minimizar os impactos das mudanças climáticas. Reduzir a emissão de gases poluentes, investir em energias renováveis e proteger a vegetação são algumas das ações que podem ajudar a frear esse processo.
Enquanto isso, só nos resta enfrentar esse calor de maneira segura e consciente. E torcer para que a tão esperada frente fria não demore a chegar.
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