Na última terça-feira (2), a Secretaria Municipal da Fazenda apresentou à Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Mercosul (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre os resultados financeiros referentes à calamidade pública gerada pela enchente de maio. O relatório detalha os efeitos econômicos do desastre, que impactou diretamente 160.210 pessoas, 39.442 edificações e 45.970 empresas.
Impacto no Orçamento Municipal
O orçamento inicialmente previsto para o ano era de R$ 11,6 bilhões. No entanto, a enchente resultou em uma estimativa de redução de R$ 700 milhões na arrecadação e um aumento de R$ 385 milhões nas despesas até o momento. A receita de maio ficou R$ 71,5 milhões abaixo do valor projetado, uma queda de 20,2%, e em junho a queda foi de R$ 46,2 milhões, ou 13,4%. O impacto foi parcialmente mitigado pelo programa de recuperação fiscal RecuperaPOA, que injetou R$ 7,5 milhões nos cofres municipais em junho.
Medidas para Mitigar os Impactos
A prefeitura apresentou um plano de ação para enfrentar os desafios financeiros, incluindo:
- Suspensão dos Pagamentos da Dívida Pública e Precatórios: Alívio de R$ 167 milhões ao postergar essas quitações.
- Desvinculação de Fundos: Utilização de R$ 90 milhões que estavam travados, medida aprovada recentemente na Câmara Municipal.
- Solicitações ao Governo Federal: Pedido de recomposição de receita de R$ 602 milhões e priorização na análise da compensação previdenciária, que permitiria a entrada de R$ 215 milhões. As demandas ainda estão aguardando resposta da União.
- Projeto de Suspensão da Contribuição Patronal ao Previmpa: Solicitação de suspensão do pagamento de R$ 118 milhões, com quitação posterior em parcelas corrigidas.
Recursos Necessários para a Reconstrução
Para a reconstrução da cidade, a prefeitura estima ser necessário um aporte de R$ 12,3 bilhões do governo federal. Até o momento, dos R$ 385 milhões em despesas extras, a prefeitura recebeu:
- R$ 109,5 milhões da União
- R$ 2,6 milhões do governo do Estado
- R$ 2,37 milhões em doações via PIX
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