A revitalização do Parque da Harmonia é a nova polêmica em Porto Alegre. A discussão emergente divide a opinião pública entre aqueles que apoiam a nova cara do parque, liderada pela prefeitura e a Gam3 Parks – consórcio responsável pela gestão do parque -, e os ambientalistas que acreditam que o processo leva a uma perda inestimável do espaço verde urbano.
Os ambientalistas argumentam que a retirada de árvores e vegetação rasteira descaracteriza o parque, impacta negativamente a fauna local e contribui para a urbanização crescente de espaços verdes na cidade. Eles questionam a validade de reduzir ainda mais os espaços verdes urbanos, particularmente em um momento em que o aquecimento global e a preservação ambiental estão sendo amplamente discutidos.
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Prefeitura nega problemas ambientais na revitalização do Parque Harmonia
Em resposta, a prefeitura e a Gam3 Parks defendem que a revitalização está de acordo com a legislação. No entanto, uma das críticas dos ambientalistas é a evidente redução de sombra no parque após a revitalização. Embora a prefeitura assegure que a cada árvore cortada, cinco novas serão plantadas, os ambientalistas apontam que essas são apenas mudas que levarão anos para se desenvolver adequadamente e fornecer sombra.
Uma solução proposta para mitigar o problema da falta de sombra é o transplante de espécies maiores, como foi feito com uma figueira centenária em Viamão em 2018. Este procedimento, embora mais caro, poderia demonstrar um compromisso do consórcio e da prefeitura com o bem-estar dos frequentadores do parque.
Questões não respondidas
Porém, algumas dúvidas persistem em relação ao processo de revitalização do parque. Por exemplo, por que a prefeitura autorizou a remoção de um número maior de árvores do que as previamente anunciadas? E por que as árvores saudáveis não foram simplesmente transplantadas em vez de serem cortadas? Além disso, houve um estudo adequado sobre o impacto na fauna local e que medidas foram tomadas para proteger as aves durante a época de reprodução?
Outra questão importante é se a população está de acordo com o aumento de espaços turísticos à custa do verde natural do parque. Essa discussão, no entanto, ocorre tardiamente, após a escolha de uma empresa, a assinatura de um contrato e a realização de uma proposta, e depois que a concessão já foi discutida em audiências e estudos públicos.
Em última análise, o debate sobre a revitalização do Parque da Harmonia em Porto Alegre vai além do cumprimento da legislação ambiental. Trata-se de uma discussão sobre o tipo de cidade que queremos criar e preservar para as gerações futuras. É fundamental levar em conta as preocupações ambientais e as necessidades da população ao planejar a renovação de espaços públicos, garantindo que sejam locais agradáveis e sustentáveis para todos.
Portanto, é necessário um maior compromisso e transparência por parte das autoridades e das empresas envolvidas na revitalização para assegurar que os interesses da população e do meio ambiente sejam devidamente atendidos.
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