incidência de HIV

RS tem 3 entre as 10 cidades com maior incidência de HIV (Vírus da AIDS)

O HIV segue sendo um desafio de saúde pública no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul (RS). De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde, o Estado se destaca por ter três municípios entre as dez cidades brasileiras com maiores taxas de detecção da doença. A informação acende um alerta para a importância das estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento no território gaúcho.

Contexto dos novos dados

incidência de HIV

Em 2023, a taxa de mortalidade por aids no país ficou em 3,9 óbitos a cada 100 mil habitantes, o menor índice desde 2013. Por outro lado, houve um aumento de 4,5% nos casos de HIV em comparação ao ano anterior. Essa elevação, segundo especialistas, demonstra maior capacidade de diagnóstico, resultado da expansão de testes e maior oferta de profilaxia pré-exposição (PrEP).

No mesmo período, a região Sul concentrou 25% dos casos de aids, ficando atrás apenas da região Norte, com 26%. O Rio Grande do Sul, em particular, se mantém em evidência por registrar índices relevantes de detecção, tanto em adultos quanto em gestantes e crianças, reforçando a necessidade de políticas específicas para o Estado.

Porto Alegre e o cenário atual

Porto Alegre aparece como uma das capitais com maior taxa de detecção de aids no Brasil, ocupando o 3º lugar no ranking com 47,7 casos para cada 100 mil habitantes em 2023. Ainda que esse indicador tenha se mantido praticamente estável em relação ao ano anterior (47,9), o número preocupa, pois a capital gaúcha também figura como a cidade com maior coeficiente de mortalidade por aids do país (14,1 óbitos por 100 mil habitantes).

Por outro lado, houve um avanço importante na redução de casos em crianças menores de cinco anos. Em 2022, Porto Alegre estava no 1º lugar no ranking de novos casos de aids nessa faixa etária, mas, em 2023, caiu para a 17ª posição. Esse resultado reflete as melhorias no pré-natal, o uso correto de medicamentos preventivos e exames no momento do parto.

O alerta entre as gestantes

hiv em gestantes

A incidência de gestantes com HIV coloca o Rio Grande do Sul na liderança nacional. Porto Alegre registra 16,2 casos de gestantes com HIV a cada mil nascidos vivos. Embora o número ainda seja considerado alto, houve uma pequena redução em relação ao ano anterior, quando a cidade teve 17 casos para cada mil nascidos vivos.

Em todo o Estado, o aumento de grávidas diagnosticadas com o vírus foi de 4,6% entre 2022 e 2023, passando de 937 para 980 registros. Conforme as autoridades em saúde, essa alta pode estar relacionada à ampliação dos testes, possibilitando detecção precoce e, consequentemente, um cuidado mais eficaz para evitar a transmissão vertical (da mãe para o bebê).

Perspectiva estadual

Entre janeiro de 2013 e junho de 2024, o RS totalizou 39.686 casos de infecção por HIV. Esse número representa 45,2% de todos os registros da região Sul. Além de Porto Alegre, outras duas cidades gaúchas vêm se destacando negativamente nos dados nacionais, compondo a lista das dez maiores incidências do país. Essa situação ressalta a importância de ações de prevenção, campanhas educativas e ampliação do acesso à profilaxia.

Especialistas afirmam que, embora haja mais capacidade de diagnóstico, ainda existe um estigma que dificulta a busca pelos serviços de saúde. O Comitê Interministerial para a Eliminação de Infecções e Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) e o programa Brasil Saudável trabalham em conjunto para diminuir essas barreiras, garantindo que a população vulnerabilizada possa realizar testes e seguir o tratamento gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

HIV: desafios e soluções

A expansão da PrEP foi fundamental para impulsionar a testagem de pessoas em situação de risco, o que explica parte do aumento dos casos registrados de HIV. Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, houve um crescimento de 100% no número de usuários dessa profilaxia preventiva, chegando a aproximadamente 109 mil usuários em todo o país.

Mesmo com mais diagnósticos, um ponto positivo é a redução no coeficiente de mortalidade por aids, especialmente em locais antes considerados críticos, como Porto Alegre. Em 2023, a capital gaúcha registrou uma queda de 41% no coeficiente de mortalidade em comparação ao ano anterior. A adoção de terapias mais modernas, o acesso facilitado a medicamentos antirretrovirais e a integração entre serviços de saúde e assistência social contribuíram para essa melhora.

Conclusões e próximos passos

incidência de HIV

Os dados revelam avanços significativos no combate ao HIV e à aids, mas também evidenciam que ainda há desafios importantes, principalmente no Rio Grande do Sul. O Estado conta com três cidades no grupo das dez com maior incidência do país, o que reforça a necessidade de políticas públicas efetivas de prevenção e diagnóstico, além de campanhas contínuas de conscientização.

A ampliação do acesso a testes de HIV, a disponibilização de PrEP e a qualidade do atendimento pré-natal são caminhos que têm gerado bons resultados. A meta, no entanto, permanece no horizonte: eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030. Para isso, a cooperação intersetorial e o engajamento da sociedade civil serão fundamentais na luta pela redução de casos, mortalidade e estigma associados à infecção.

Gostou da matéria? Siga a gente no FacebookInstagram e Twitter, acompanhe-nos no Google News e não perca nenhuma notícia de Porto Alegre.

Priscilla Kinast

Priscilla Kinast

Priscilla Kinast é graduada em Administração de Empresas (Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre), mas encontrou sua verdadeira paixão na administração de websites.

Redatora de web sites há cerca de 10 anos, tendo ao todo 17 anos de experiência com produção de conteúdo para a internet.
Devido sua experiência com redação de conteúdo, obteve registro profissional como jornalista pelo Ministério do Trabalho (Registro Profissional: 0020361/RS).

É porto-alegrense raiz, nascida e criada na zona norte da cidade, mas muito apaixonada pela zona sul e pela orla do Guaíba. Ama a cidade e está sempre em busca de trazer mais informações que possam ajudar seus conterrâneos a curtirem mais o que Porto Alegre tem para oferecer!