Na manhã do último Natal (25), uma ocorrência surpreendeu os moradores da zona rural de Livramento, no Rio Grande do Sul. Um tornado, registrado entre as localidades de Palomas e Pampeiros, próximo à fronteira com o Uruguai, chamou a atenção pelo seu impacto momentâneo. Este fenômeno meteorológico, embora tenha avançado por áreas de lavouras, felizmente não causou danos significativos em estruturas urbanas.
Tornado no Rio Grande do Sul
A formação do tornado aconteceu nas proximidades do centro de baixa pressão localizado entre o Sul do Rio Grande do Sul e o Uruguai. A atmosfera quente e úmida, combinada com a instabilidade proporcionada pela baixa pressão, criou condições favoráveis para a geração desse fenômeno. A interação do ar seco e frio proveniente do Uruguai com o ar quente e úmido no Rio Grande do Sul contribuiu para a intensificação do tornado.
Os tornados são eventos meteorológicos extremos e destrutivos, caracterizados por colunas de ar em rotação intensa que se estendem da base de uma tempestade até a superfície da Terra. A escala Fujita, utilizada para classificar a intensidade desses eventos, varia de F0 a F5, sendo F5 o mais poderoso.
Não é incomum que tornados ocorram nesta época do ano na região do Prata e no Sul do Brasil, devido à atmosfera aquecida e instável. Esta área é a segunda mais propícia para esse tipo de fenômeno no mundo. Os meses de primavera e verão, especialmente durante o El Niño, registram grande instabilidade, propiciando a formação de tornados.
Apesar de assustador, o tornado ocorreu longe das áreas urbanas de Livramento e da cidade uruguaia de Rivera. O fenômeno foi de curta duração, seguindo as nuvens carregadas presentes na região na manhã de Natal.
Controvérsia sobre a Nuvem Funil
A nuvem em formato de funil, vista em Santana do Livramento na mesma manhã, gerou polêmica. A Sala de Situação do Estado e a Defesa Civil negaram que se tratasse de um tornado, afirmando ser apenas uma área de forte instabilidade. A Climatempo explicou que a nuvem funil é o primeiro estágio do desenvolvimento de um tornado, mas para ser considerado como tal, é necessário que toque o solo.
A produtora rural Gabriela Foletto registrou imagens na localidade da Pampeiro, mas a Defesa Civil ressaltou a necessidade de um vídeo mais longo com a nuvem tocando o solo para confirmar a ocorrência de um tornado. Nos radares de monitoramento, há apenas uma área de instabilidade, sem evidências conclusivas do fenômeno.
O “Corredor de Tornados” no Sul do Brasil
Caso o tornado seja confirmado, não seria algo extraordinário, uma vez que o Rio Grande do Sul faz parte do “corredor de tornados” junto com Santa Catarina e o Paraná. Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel), destaca que a maioria dos relatos de tornados no Brasil ocorre nas regiões oeste do RS e SC, regiões geograficamente semelhantes aos Estados Unidos.
O tornado registrado na fronteira com o Uruguai trouxe surpresa e apreensão aos moradores de Livramento, ressaltando a importância da compreensão e monitoramento das condições meteorológicas. Embora eventos como esse não sejam raros na região durante esta época do ano, a comunidade local precisa estar preparada para lidar com fenômenos naturais extremos. A controvérsia em torno da nuvem funil destaca a importância da colaboração entre meteorologistas, autoridades locais e a população para uma compreensão mais precisa e rápida desses eventos.
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